Gostinho de ser criança.


    Sinto saudades, e procuro na maleta álbuns de fotos para relembrar os velhos tempos. Sempre morei em uma cidade do interior de Minas, onde o quase nada tomava conta. Eu praticamente ia nos mesmos lugares todos os anos, exceto algumas ferias que passei no Rio de Janeiro.

     Meu ano se resumia em estudar, ir ao carnaval, receber os presentes do meu aniversario e do dia das crianças. Depois disso imaginaria o que iria escrever para o ''papai noel''. Meus pais nunca tiveram o dinheiro o suficiente para o que eu queria, mas eles sempre davam o jeito de deixar aquele presente na cama e me acorda assim ''Filha, olha o que o papai noel deixou para você ''. Eu chorava e sorria ao mesmo tempo, a indecisão era muito grande, porque tinha um lado muito emocional.

     E como é que se pode esquecer do tempo quase livre? Do tempo de se sentir uma moleca? De implicar com os vizinhos por não deixar a galera jogar bola ou então brincar de pique-esconde? Lembro-me também de ter pulado a janela para ir a exposição, de ter quase sido atropelada, de ter fugido de casa, e a simples verdade e que tenho vontade de fazer tudo de novo. De descer as escadas correndo para comprar um chiclete, de ir na rua a noite para andar de carretão e tomar um sorvete, ou então ir a uma lanchonete e me lambuzar de maionese.

   Já fui ignorada por muitas pessoas, mas admiro as que me deram apoio. O tempo foi passando, e andou surgindo brincadeiras novas: queimada, policia-ladrão, apertar campainha da casa dos outros e sair correndo, ate hoje acredito que não tem passatempo melhor. As brincadeiras de Barbie, uma das partes que mais me chamava atenção era que eu deixava qualquer amiga ficar com o Ken e ser a dona da casa. Eu sempre preferia o papel da garota largada, que ligava para poucas coisas. Acho que era um forma de expressar a verdadeira garota que estava dentro de mim.

  Os anos se passaram e as primeiras paqueras, amizades e broncas surgiram. Os beliscões e os tapas da mamãe e o mimo do papai jamais serão esquecidos, assim como a saudade da vovó. O carinho que tive com o meu cachorro sempre sera o mesmo. E as marcas de tombos estão ai para mostrar o quando me divertir e que tenho saudade daquele gostinho de ser criança.

“Esse texto faz parte da blogagem coletiva promovida no Depois dos Quinze.

Comentários

  1. Oi floor, nossa que lindo o texto, a infância é realmente a melhor fase da vida de uma pessoa, ainda sou adolescente mas sei que ser adulto não é melhor nada que a infância. Ser criança é bom demais, gostei de saber sobre você!

    Beijos ;* Jéssika, do blog: For Princess|Jéssika Vitória

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    Respostas
    1. Pelo que eu já vivo realmente, não quero ser adulta.
      Como eu quero ser criança de novo HAUEHUAEHUAEH
      Obrigada (:

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  2. Amei o texto, nossa realmente a infância é uma fase incomparável.
    Seguindo, beijos.
    http://garotamuitotimida.blogspot.com.br

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  3. Dá saudade né? é a melhor fase com certeza, a gente nem tem preocupações... o texto definiu tudo!

    beijos!
    http://quaseatoa.blogspot.com.br/
    ps: tem sorteio de um bracelete lindo rolando no blog, se ainda não participou corre lá e vê o banner :D

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