Um cara.



Um lugar que nunca tinha ido antes. Uma chuva horrível. Uma gripe que eu iria ter que enfrentar daqui uma semana. Desci da moto e entreguei o capacete ao seu dono. Me direcionei a porta para entrar logo. O dia foi um pouco apertado, mas só de saber que iria rolar um rock ao vivo e uma cerveja, seria uma boa.

Dando os primeiros passos fui ouvindo o som da bateria e da guitarra que eu tanto amava. Havia três garotos, que nunca tinha visto. O primeiro achei o cabelo estranho e o jeito. O segundo, gostei da jaqueta de couro, mas também era estranho, achei que se olhasse para qualquer lado nada ocuparia esse coração vazio. Quando olhei para o terceiro  achei comum, mas com um olhar diferente, que se eu olhasse de novo, iria querer saber qual o gosto doce da boca teria. 

A cerveja gelada e o som que me contagiava me fez esquecer o que tinha acontecido à alguns segundos atras. Revi os meus amigos, aos que fizeram parte de uma vida  que as vezes parece estar chegando ao final. O show acabou. E parecia ser como os outros. 

Ir para casa sem ter alguém do lado para poder beijar e abraçar sem ao menos dizer nada. 

Continuei no centro do local onde foi o show, não dava para acreditar que já tinha abado, sera que eu poderia bis? Me sentei em um canto, quando você e seus amigos apareceram discutindo sobre algo que havia falado à uma garota. Passaram se minutos e nos ainda estávamos ali, falando sobre tudo e se perguntando o que é melhor o amor ou o dinheiro ou os dois juntos? Perguntas que faria qualquer pessoa se questionar. Foram trocas de olhares com todos e sorrisos arrancados, ate que você sentou do meu lado e virou meu rosto. 

A gente se beijou, pera ai nós nos beijamos. Parecia que algo tivesse parado tudo. 

Parecia que nós nos conhecíamos há anos. A energia que você exalou me surpreendeu, a sua simpatia e sua beleza interior foram tantas como a sua beleza física. Pedi para que me esperasse, pois eu iria ir no banheiro. Na verdade eu queria sair de perto, não sei porque, mas ao mesmo tempo eu queria ir ate você e não te soltar. Pelo menos naquela madrugada. Eu achei que se eu voltasse la e não o visse, iria ficar brava comigo mesmo. Mas você estava la e disse:
- Vamos embora? Eu te levo em casa.

Um cara que eu nunca vi me levando para casa . Isso já aconteceu umas duas ou três vezes, mas dessa vez parecia ser diferente.  Um cara que não conseguia gravar meu nome   e que em vez de me chamar de ruiva me chamava de morena.  Enquanto isso ia acontecendo, prometi que não sairia com um cara bêbado e drogado novamente. Mas seu olhar, seu sorriso e suas magnificas palavras me vez mudar de ideia e querer revê-lo novamente. 


E eu só lembro de ter ouvido:
- Eu serei o que você for, se você for safada eu serei, se quiser carinho eu lhe darei.

Comentários

  1. Adorei a crônica, e o cenário principalmente... Só curiosa para o que acontece depois.

    Beijos ;*
    Pepper Lipstick

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  2. Lindo texto. Parabéns pelo blog.
    Contemple uma premissa de meu primeiro livro O Amortecimento, disponível em http://www.bookess.com/read/14684-o-amortecimento/

    Divã da Tia eni
    www.divadatiaeni.com

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